Tuesday 4 September 2012

Um Paciente para um Enfermeiro! Pura realidade!!!

Boa noite, hoje falarei um pouco do meu dia a dia, pois recebo emails de pessoas interessadas da função do Enfermeiro aqui em Londres.
Bom como já falei anteriormente, hoje trabalho num CTI cardíaco, temos muitos pacientes cardíacos pós operatório, pós parada cardíaca e também pos operatório de cirurgia vascular, como aneurisma abdominal(aorta) e também os que precisam de cuidados intensivos desencadeados por doenças cardíacas.
Então começamos com a passagem de plantão, e a enfermeira que fica responsável pela unidade , passa o plantão para todos os enfermeiros. Gente, imagina uma sala ampla com 15 enfermeiros recebendo o plantão, hoje já me acostumei mais no inicio achava bem diferente do que estava acostumada. Como temos 14 leitos então temos 15 enfermeiros, uma para cada paciente e a enfermeira responsável pelo setor. Para vocês terem noção ficamos ocupados o dia inteiro, nem eu acreditava no inicio que um paciente dava tanto trabalho rsrsrsrrsrs. Bom depois que ocorre a troca de plantão a enfermeira responsável pelo setor faz a locação dos pacientes. Em seguida vamos para a beira do leito e então a enfermeira ( que esta deixando o plantão) responsável pelo paciente passa o plantão completo desse paciente.
Ai já era, não temos para onde correr rsrsrsrsrs. So ficamos livres nos intervalos.
Primeiramente verificamos os materiais de emergência que estão em cada leito, importante em caso de alguma emergência com o paciente. Depois fazemos um exame físico do paciente identificando os problemas encontrados. Realmente um cuidado holístico, o enfermeiro fica responsável pela administração de medicamentos, higiene pessoal, mudança de decúbito, interpretação dos resultados  dos exames de sangue, procedimentos da enfermagem, ventilação mecânica, hemofiltração continua e assim a lista continua, por essa pequena lista rsrsrsrsrs ja da para entender porque não paramos. Temos 12h cansativa de trabalho,mas o que me impressiona é o conhecimento adquirido e a autonomia que temos de nos envolver no cuidado ao paciente com os outros profissionais de saúde. Damos sugestões, pedimos esclarecimentos quando não estamos satisfeito com alguma decisão, temos contato direto com os familiares e paciente. Temos a liberdade de expressão. Claro que não são mil maravilhas, as vezes temos uns profissionais de saúde  mais exigentes, sabe aqueles que ''ninguém merece'', pois é são poucos mas temos.
No CTI tem visita medida três vezes ao dia, e claro quando também precisamos. Essa e a hora certa de discutirmos e esclarecer os cuidados aos pacientes com a equipe medica. A enfermeira responsável esta envolvida em todos as decisões tomadas pela equipe do setor. E assim o nosso dia passa, rapidinho, por termos tantas coisas a fazer. Temos trinta minutos para cada intervalo: café da manha, almoço e janta. O trabalho realmente é feito em equipe, e cada profissional respeita o espaço do outro. Ah muito importante a papelada a ser preenchida, nossa são muitos o que também consome bastante o nosso tempo.
Bom pessoal vou ficando por aqui e no próximo estarei dando um estudo de caso. E ai vocês entenderão melhor o papel e a intervenção do Enfermeiro no cuidado ao paciente.

E o que acharam do sistema?

Obrigada por lerem! Boa noite a todos!!!
Favor deixarem a curiosidade de vocês aqui!!!
Manu

5 comments:

  1. Manu sucesso minha linda, que Deus abençoe grandemente a sua vida neste país, e que em breve, quem sabe? Se for assim a sua vontade, esteja conosco em sua pátria amada Brasil. Bjs e muito sucesso em tudo que faça. Lu Borlotte.

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  2. Fiquei com inveja. Rsrsrsrsrsrsrs... no bom sentido. É uma inveja saudável, quem sabe um dia não conseguiremos alcançar esta meta no Brasil? Talvez com um pouco de sonho e muita luta.
    Atualmente no Brasil são 08 pacientes por enfermeiro, sendo que recentemente, a ANVISA aumentou este número para 10. Um absurdo que o COFEN E CORENs (conselhos de enfermagem nacional e regionais) estão tentando desfazer.
    Além dos enfermeiros, temos os técnicos e auxiliares de enfermagem, em número maior, que ficam sob a supervisão direta do enfermeiro. É uma maneira que os hospitais e serviços de saúde, mesmo as UTI, encontram para "economizarem" na mão de obra. Como se, aqui,o salário fosse o ideal.
    Em muitos casos (na realidade na maioria) os enfermeiros assistenciais das UTIs, também respondem pela coordenação e supervisão do setor. É muita responsabilidade e serviço.
    Por outro lado, o excesso de trabalho e as baixas condições do mesmo, não diminuem as cobranças e expectativas tanto dos familiares, outros profissionais de saúde, como também da própria equipe de enfermagem que anseia por melhores condições.
    Manu, continue firme em seu propósito e tenha muito sucesso em sua escolha, que com certeza já lhe traz excelentes frutos.
    Ficaremos aqui, torcendo por vc e por todos que tiveram a ousadia de sonhar por um merecido reconhecimento profissional.
    Boa sorte.

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    1. Oi Teresa obrigada por dividir sua opniao. Lembro da minha experiencia no Brasil, ha 8 anos atras e pelo que você falou não mudou.Realmente o enfermeiro ai tem muitas responsabilidades e com certeza o principal motivo economizar. E olha que isso aqui acontece nos hospitais como se fosse o SUS dai, e realmente fiquei impressionada como o serviço funciona.Eles colocam a segurança do paciente em primeiro lugar e por isso acreditam em profissionais qualificados. Também torço muito por um futuro melhor da Enfermagem no Brasil.
      bjs e obrigada Manu

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  3. Olá Manu,

    Aproveitando o comentário da Tereza, acrescento que a enfermagem brasileira almeja sim alcançar tal sonho. Mas até chegarmos lá, temos um logo caminho, que começa pelo rompimento do processo de trabalho "tecnicista" e "tarefeiro" que ainda persiste em impedir avanços da enfermagem ciência.
    Pois quando entendermos que SABER é PODER (dizia Bacon) avançaremos e muito nestes "sonhos".
    Pois assim, estaríamos mais críticos, mais investigativos, mais questionadores e mais participantes dos processos que determinarão a assistência de enfermagem.
    Ou seja, precisamos de enfermeiros assim como a Manuella, a Tereza e tantos outros que leiam, critiquem e escrevam, registrando o seus saberes.
    Para com isto fomentarmos um arcabouço teórico que dê subsídios as reinvindições destes profissionais.

    Bjs e estou amando o blog. Obrigada Manu!

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