Wednesday 27 June 2012

Concluindo a reflexão


Nesse post estou continuando a reflexão do post anterior, então quem ainda não viu passe por la primeiro.

Relato de um estudante...

Através da avaliação da reflexão, me tornei mais consciente das diferentes práticas sobre a administração de uma injeção IM com uso álcool na assepsia da pele. Estou ciente de que ambas as práticas têm sido pesquisadas, mas para meu crescimento profissional resolvi pesquisar mais o assunto. Não há nenhuma evidência clara nesta área, mas vou usar a literatura que está disponível para justificar minhas ações, e, portanto, dar assistência baseada em evidências. A razão pela qual o meu mentor sugeriu o uso do toalhete de álcool pode ser que ela tenha sido qualificada por um longo tempo, e as práticas mudaram. Após este incidente, na prática, agora vou estar mais preparado para desafiar as opiniões dos outros em relação à minha prática clínica.

Em conclusão, o estágio cinco do modelo de Gibbs , estou ciente de que todos os enfermeiros não usam evidências da mesma forma e podem usar métodos diferentes, mas se a minha prática é segura e baseada em evidências, então eu posso praticar com segurança. Minha prática futuro vai depender da área em que estou trabalhando e pretendo ter conhecimento do protocolo sobre os procedimentos clínicos antes de iniciar qualquer procedimento

Dentro do meu plano de acção meu objetivo é pesquisar mais sobre o uso de álcool na administração de injecções IM. Também estou planejando ter uma discussão com os enfermeiros qualificados sobre o tema da assepsia da pele.

O uso desse modelo de reflexão, me ajudou a estruturar meus pensamentos e sentimentos de forma apropriada. Meu entendimento sobre a prática baseada em evidências, e sua importância, foi aprimorado com o uso de reflexão crítica. Minha competência, dentro desta habilidade clínica, tem sido desenvolvido e agora eu sinto que o meu desenvolvimento pessoal e profissional está progredindo. Usando esse modelo reflexivo, pude perceber que meu aprendizado é algo que eu devo ser pró-ativa. Além disso, como uma estudante de enfermagem eu reconheci que a reflexão é uma ferramenta importante de aprendizado na prática.


Agradeço ao estudante do segundo ano de enfermagem pela sua participação e por dividir sua experiência com todos nós.

Espero que tenham gostado e deixem seus recadinhos.

Obrigada por lerem.
Manu

Para reflexão...


Esse post é um exemplo de reflexão.

A situação clínica que eu escolhi para refletir é a administração de injeção intramuscular (IM), caso refletido por um estudante em enfermagem, no setor que trabalhei, autorizado pelo mesmo.

O primeiro estágio de Gibbs modelo (1988) de reflexão requer uma descrição de eventos.
Fui solicitado a administrar uma injecção IM, sob supervisão. Nesta ocasião eu estava sendo observado por dois enfermeiros, um dos quais era o meu mentor. Preparei a medicação  e estava pronta para ser administrada ao paciente. O meu mentor estava falando comigo através do procedimento passo a passo e me informou que eu deveria usar uma compressa com álcool para limpar o local da injecção, quando a outra enfermeira interrompeu e disse que isso não era necessário. Isso foi em frente do paciente, e o mesmo solicitou que o algodão com álcool fosse omitido como em ocasiões anteriores, por causar uma sensação de ardor. O meu mentor disse que não tinha problema, omitindo-se o uso do álcool. Nas ocasiões anteriores, quando eu tinha administrado injecções IM eu não tinha feito assepsia do local e nunca tinha sido instruído a adotar essa prática.

Estou indo agora para entrar na segunda etapa, que é uma discussão sobre os meus pensamentos e sentimentos. Eu estava consciente de estar sob a supervisão de dois enfermeiros qualificados e isso me fez sentir muito nervoso e auto-consciente. Uma vez que o meu mentor questionou a minha prática, sobre assepsia de pele, fiquei ainda mais nervoso e preocupado, achando que  minha prática não estivesse correta. Eu já estava me sentindo muito confuso sobre o uso do álcool na administração de injeção intramuscular. Eu também estava preocupado que a prática dos enfermeiros qualificados era tão inconsistente, que me levou a avaliar todo o processo.


 A terceira etapa do modelo de reflexão seria avaliar os pontos positivos e negativos. Eu estava ciente de que algumas literaturas sugerem que o uso do álcool em injeções IM , juntamente com a assepsia das mãos. Portanto, a minha prática era dentro dos princípios. Esta experiência me fez pensar sobre minha atitude em relação a literatura e como ele é aplicado na prática.  Quando eu administrada a injeção IM no paciente, eu apliquei no músculo glúteo , por ser o mais apropriado. O que realmente acho que falhei foi de não conhecer o protocolo do setor que eu estava. E por isso não ter tido como argumentar sobre o ocorrido.


Fase quatro de Gibbs é uma análise do evento. 


 Para não ficar muito longo irei concluir no próximo post. So para esclarecer que existem vários modelos de reflexão, mais tenho mais afinidade ao do Gibbs. 


O que estão achando?
Obrigada por lerem.
Manu

Friday 22 June 2012

Reflexão Diária: vale mesmo a pena?


Ja estou de volta! Bom tento escrever geralmente quando tenho folga, pois dias que trabalho como vocês sabem, não sobra tempo para mais nada. Não lembro da minha época do Brasil de ter conhecido um meio ou mesmo ser questionada sobre situações diárias de trabalho, de uma forma que seja para aprendizado pessoal e também para compartilhar nossas experiencias e pensamentos.
Como já falei, tive que fazer 3 meses de faculdade aqui, logo quando cheguei, para  completar o programa de enfermagem para poder trabalhar aqui. E durante esse período na faculdade, tínhamos que fazer muitos trabalhos e um com frequência era o Gibbs reflective cycle. Para falar a verdade achava um tédio, ter que refletir sobre uma situação que tenha ocorrido na pratica. Hoje, por já esta acostumada a usa-lo acho de grande importância, fazendo com que refletimos sobre a situação vivenciada e se não satisfeitos, pensamos como poderíamos ter agido, o que ajudara na nossa decisão caso venha acontecer novamente.

Gibbs reflective cycle



Como podemos ver, analisamos:
1- Descrição da situação
2- Qual foi seu pensamente e sentimentos 
3- O que você fez de bom e ruim nessa situação
4- Como você analisa a situação em um todo
5- O que mais você poderia ter feito
6- Qual seu plano de ação caso aconteça novamente e se você teria agido diferente.


Com certeza fazemos isso mesmo sem pensar que estamos fazendo. Quantas vezes já sai do plantão pensando em uma situação que vivenciei passo a passo.
E vocês, estão acostumados a refletirem sobre suas praticas?
Bom, podemos combinar de no próximo post, quem tiver interesse me enviar um email com algo que queira compartilhar conosco que colocarei como exemplo, e ai podemos opinar também sobre o assunto. Vale lembrar que cada pessoa tem uma forma de pensar e agir, então na maioria das vezes não se tem respostar erradas e sim variadas.

Obrigada por lerem. Aguardo o seu contato, email: manuazzari@hotmail.com





Prevenção de úlcera de decúbito


Ola pessoal, resolvi hoje falar resumidamente como prevenimos úlceras de pressão.


As recomendações a seguir são identificados como prioridades para a prevenção de úlceras de pressão.
 • Os pacientes devem receber uma avaliação inicial (dentro de 6 horas). 
• A inspeção da pele deve ser documentada, qualquer que seja a integridade da pele e se também não estiver integra, 
• Se detectado uma úlcera de pressão, os pacientes devem receber uma avaliação inicial e contínua. Isto deve ser comprovado com fotografia e / ou medida da mesma,
• Todos aqueles que são vulneráveis ​​à formação de úlceras de pressão devem no mínimo ser colocado em um colchão de alivio de úlcera de pressão (aqui usamos colchão de ar) 
• Para os pacientes submetidos à cirurgia, também usamos um colchão para evitar úlceras de pressão.


úlceras de decúbito:

Estágio I
quando a pele está intacta, mas se observa vermelhidão e um pouco de ulceração de pele.

Estágio II
quando a pele já está perdendo sua espessura, manifestando abrasão, bolha ou cratera superficial

Estágio III
quando se observa uma ferida de espessura completa, envolvendo a epiderme, a derme e o subcutâneo.

Estágio IV
quando se tem uma lesão significante, onde há a destruição ou necrose para os músculos, ossos e estruturas de suporte( tendões e cápsula articular).


Pacientes com úlcera de pressão estágio I, II : 
- Utilizamos um colchão para redução e prevenção de úlcera de pressão,
- Observar cuidadosamente a alteração da pele. 
- Reposiciomento do paciente 
-Documentar a mudança de decúbito


Pacientes com úlcera de pressão estágio III, IV : 
- Um colchão para evitar a formação de novas úlceras
- Contactamos a enfermeira especialista para avaliar a úlcera de decúbito do paciente e recomendar o tipo de curativo a ser aplicado.
- Reposicionamento do paciente.
- Documentar a mudança de decúbito
- Documentar a troca do curativo (características da úlcera) e produdos utilizados,
- Enviar um swab para determinar se esta contaminada.


Na minha experiência nos últimos anos não tenho me deparado com pacientes com estágio III, as vezes acontece do patiente desenvolver estagio I,  II mais não com muita frequência. No CTI o que tomamos muito cuidado e de como assegurar o tubo endotraqueal e sempre observar a pele do paciente,trocando a fita com frequência. Mudamos a posição do paciente de 2-3 horas ,mesmo eles estando num colchão apropriado. Para prevenir trombose, usamos meias elásticas de compreensão, e também se a pele não for inspecionada com frequência é também um risco para o paciente em relação a ulcera de pressão. 


Bom vou ficando por aqui, e como vocês já sabem escrevo um pouquinho da minha experiência. Deixem recadinhos se quiserem que eu descreva um tema especifico, ate mesmo em relação aos curativos.
E como estão sendo a experiência de vocês em relação a ulcera de decúbito?


Obrigada por lerem.
Manu





Monday 18 June 2012

Pessoas famosas X mensagem transmitida

Boa noite pessoal, só para dar uma descontraída, vou deixar um vídeo que a Associação Britânica Cardiológica usou para atrair a atenção das pessoas sobre o que fazer durante uma parada cárdica. Esse vídeo foi propaganda de televisão para divulgar o assunto. O ator  principal, Vinnie Jones,  na vida real é realmente ator e foi jogador de futebol do Chelsea, conhecido pela população. Então o objetivo maior foi que ele atraísse a atenção dos telespectadores, podendo deixar a mensagem principal - como agir durante uma parada cárdica. E realmente tem mostrado um ótimo resultado. 
O que vocês acharam? Concordam que pessoas famosas realmente conseguem transmitir melhor o assunto?
Obrigada por lerem. Manu

Sunday 17 June 2012

Enfermeiro na unidade de terapia intensiva em Londres

   Continuando o assunto do post anterior sobre a unidade de terapia intensiva, vejo que a cada dia os enfermeiros tem mais autonomia sobre as intervenções ao paciente critico. Alguns hospitais daqui de Londres tem todas as documentações digitalizadas, até as observações são feitas direto no computador, seu que ai no Brasil alguns hospitais também já usam há um bom tempo. Como a maioria dos hospitais são do NHS, ainda não são todos que possuem a digitalização total dos papeis. O que trabalho ainda não tem, mais já tem planos para implementação.
   O plantão e passado de  enfermeiro para enfermeiro, como também no Brasil, e ai você assume o seu paciente do dia. Bom começamos pelo exame físico completo, identificando os problemas e fazendo um plano de cuidado para o paciente. Já temos protocolos para todos os precedimentos.
   As medicações são administradas através de Library pumps, significa que todos as medicações do setor já estão instaladas no equipamento, dando a dose por ml por horas,  mostrando também o tempo em que a medicação ira acabar. For exemplo se você tem que administrar paracetamol intravenoso, seria  só selecionar paracetamol no equipamento e ai já tem programado em quanto tempo ira ser administrado. Também temos protocolo de medicação sobre a diluição dos medicamentos, interações com outros medicamentos e tempo para ser administrado, já que é responsabilidade dos enfermeiros o preparo e administração da medicação. Os equipos são todos identificados com datas e hora, e as cores da etiqueta são diferentes de acordo com a medicação.
   O enfermeiro trabalha muito próximo do médico, contribuindo com sugestões que irão favorecer o tratamento do paciente. Somos responsáveis, tanto quando os médicos, de interpretar os resultados de laboratório, e por exemplo se o paciente tem os níveis de potássio, magnésio, fosfato baixos, devemos sugerir aos médicos que sejam prescritos, se ainda não estiverem na lista das medicamentos, para serem administrados. Se já estiverem prescritos automaticamente administramos.
   A equipe médica,  composta de médicos, enfermeiro, farmacêutico, bioquímico fazem as avaliações dos pacientes três vezes ao dia, e a pessoa principal para informa-los sobre a condição do paciente,  é o enfermeiro que esta cuidando desse paciente. Nesse momento temos a oportunidade de expressar nossas preocupações e sugerirmos o que pode ser feito. A equipe também ira discutir sobre novas infecções, tratamentos, remédios em uso e período.  Acho que dessa forma os profissionais de saúde tem a oportunidade de discutir as intervenções já planejadas para o paciente, como também rever o que já esta em uso.
   O enfermeiro também tem uma ligação com a família onde passamos informações diárias do paciente,para eles, loved ones. E nesse momento, e muito importante manter a família envolvida e informada sobre as mudanças diárias.
 
   Seria muito bom se vocês pudessem dar sugestões de assuntos que tenham interesse, todas sugestões serão bem vindas e por favor escrevam nos comentários sobre a experiencia de vocês, gostaria muito de saber como funciona no Brasil.


  Vou ficando por aqui e obrigada por lerem.
  Tenham uma ótima semana.
   Manu










Saturday 16 June 2012

E os meses se passaram e coisas novas aconteceram ....

              Apesar de ter sumido por uns meses estou de volta, agora espero ter disciplina de postar a cada dia. Realmente, para quem me conhece, sabe que sempre estou procurando novas experiência. E como sempre quem procura acha, ou por sorte achei, mudei de hospital e agora estou trabalhando no CTI cardíaco (estava no CTI geral). Então estava um pouquinho ocupada com treinamentos e adaptação no novo setor. Sempre apaixonada por terapia intensiva, optava por CTI geral mais sempre tive uma vontade enorme de fazer um pouco de cardiologia, e agora aqui estou já fazendo um mês e meio. A adaptação esta sendo melhor do que eu esperava. Achei que eu fosse ficar super estressada com os pacientes cardíacos, não sei vocês, mais sempre tive medo deles. Medo no sentido de que as coisas acontecem bem rápidas e temos que agir também rapidamente. Mais esta sendo uma ótima experiência.
               Vou contar agora como funciona a enfermagem no CTI. Falerei um pouco do CTI geral que eu estava trabalhando. O setor tinha sete leitos, três sendo de isolamento. Recebíamos pacientes sépticos, pacientes com problemas renais, pós operatório, não muito trauma por não ser um hospital  de referencia em trauma. Para sete leitos tínhamos oito enfermeiros de plantão. Sempre um responsável pelo setor e os demais pelos paciente. Um enfermeiro para um paciente. O enfermeiro assume um cuidado holístico do paciente, responsável por todos os cuidados ao paciente. |Nessa unidade não tínhamos técnicos de enfermagem. Temos sempre um medico intensivista e médicos plantonistas no setor. Na verdade a diferença seria 1paciente para 1enfermeira. Então o enfermeiro e responsável por todas medicações e cuidados relacionados ao paciente. Temos autonomia e conhecimento, por exemplo, na parte da ventilação mecânica, a fisioterapia não e responsável,e sim o enfermeiro. Alteramos os parâmetros da ventilação de acordo com a situação do paciente, também somos responsáveis em extubar o paciente,claro com a decisão da equipe do CTI.


Coloquei esse vídeo básico só para vocês verem como é um CTI daqui. Esse não é o hospital que trabalho, mais são bem parecidos também do NHS ( como se fosse do SUS)            

  Estou tentando lembrar da minha época no Brasil que foram há 8 anos atrás, e escrever um pouco das diferenças, se já tiveram mudanças por favor deixem um recadinho para eu também saber como as coisas estão por ai. Bom vou ficando por aqui e espero postar com mais frequência. O próximo será continuação ainda do CTI. Vários assuntos para podermos discutir e compartilhar as experiências.
Obrigada por lerem. Beijos Manu